Foi publicada hoje em jornal de Natal matéria falando de um tal "ressentimento que torcedores e membros da diretoria do abc alimentam contra o comportamento de alguns conselheiros do América, a quem acusam de ter oferecido dinheiro a várias equipes para prejudicar o alvinegro, inclusive no tempo em que o ABC estava na série C e o América disputando a série B (http://tribunadonorte.com.br/noticia/ama-rica-depende-apenas-do-pra-prio-desempenho/299171)
Peraí! Isso é uma séria acusação (devidamente protegida pelo clássico "dizem", "acusam", "falam") que não pode ficar sem esclarecimento. Que partida foi essa? Quem pagou? Quanto foi pago? Quem está alimentando o quê, caro repórter? Claro que para o torcedor, legítimo apaixonado do futebol, o melhor é que o rival fique na pior situação possível. Mas torcedor é diferente: no calor da partida xinga, diz coisas que não costuma dizer fora do estádio, faz gestos, ameaça... Outra coisa é o profissional que atua e interfere diretamente nos resultados dos jogos e nos rumos desse esporte. Que credenciais morais tem um atleta que entrega a partida? Somália e Daniel Amora até pouco tempo eram atletas do América. Estariam onde estão se tivessem tido no passado esse tipo de comportamento contra o atual clube? E o que dizer do dirigente que manda entregar a partida? Como é melhor ser lembrado mais tarde: como aquele que fez corpo mole e prejudicou o rival ou como o que, apesar das pressões dos apaixonados torcedores, cumpriu seu papel com dignidade, profissionalismo e correção? Com que cara é melhor chegar em casa após terminado o campeonato? Conforme disse o jornalista Fernando Amaral em seu blog a respeito desse mesmo assunto: "Nada estará em jogo em termos de classificação... Mas algo muito maior será posto à prova... A dignidade de um clube prestes a completar cem anos de existência... Se o América tiver que cair, que caia enrolado nos próprios erros e não em função de nenhuma falha de caráter."
Pois é: o América não quer favor nem ajuda de ninguém para sair da situação que ele mesmo se colocou e que tem que resolver com a própria força que lhe resta. Mas não deveria ficar alheio aos venenos que estão sendo destilados por aí a troco não sei de quê. O torcedor por sua vez, amparado em seu Estatuto, quer apenas ter seu direito assegurado de que não está sendo feito de bobo e idiota ao pagar ingresso para ver o seu clube jogar e torcer pela disputa limpa dentro de campo.
Mas estamos falando de algo bem maior do que a letra fria da lei.